A Práxis Pedagógica concebe conceitualmente a avaliação no trabalho socioeducativo como um produto sócio-histórico dos sujeitos sociais envolvidos. Portanto, a avaliação é uma construção social carregada de valores, interesses e intenções.
Metodologicamente a avaliação consiste em um processo permanente e contínuo que perpassa todo o ciclo do trabalho, desde sua concepção, execução, até os momentos de avaliação diagnóstica dos resultados e impactos.
Como
método pedagógico, no trabalho socioeducativo, a função essencial da
avaliação é qualificar e favorecer o processo crítico de socioaprendizagem como
prática social individual e coletiva.
Nesse contexto, a avaliação como ferramenta deve cumprir basicamente três
funções específicas, mas que estão inter-relacionadas:
A função diagnóstica: tendo a prática social como ponto de partida e também como ponto de chegada, no início do trabalho é necessário avaliar a demanda posta, sua natureza problemática envolvendo necessidades, possibilidades, relações de interesses e responsabilidades, perfil sócio-histórico e cultural dos sujeitos envolvidos e suas expectativas; no término do trabalho, deve ser avaliado se os objetivos específicos foram atingidos, e em que medida isso contribui para objetivação e subjetivação de conhecimentos, valores, atitudes e comportamentos em favor de emancipações e transformações coletivas e individuais.
A função processual: a avaliação funciona como instrumento permanente de análise e investigação processual da execução do trabalho, com a finalidade de alimentar, sustentar, orientar e reorientar a intervenção pedagógica na ação socioeducativa em curso; avalia o processo de interação entre os sujeitos da relação ensino-aprendizagem, envolvendo a eficácia das estratégias, atividades e abordagens pedagógicas.
Função transformadora: consiste na avaliação interativa entre os sujeitos envolvidos, funcionando como autoavaliação coletiva da aprendizagem subjetivada e da prática objetivada, referente a essa mesma aprendizagem.