Na prática: qual a função socioideológica e política da educação?

Conforme István Mészáros, em seu livro “Educação Para Além do Capital” (pg. 17):
“Nessa perspectiva, fica bastante claro que a educação formal não é a força ideologicamente primária que consolida o sistema do capital; tampouco ela é capaz de, por si só, fornecer uma alternativa emancipadora radical.

Uma das funções principais da educação formal nas nossas sociedades é produzir tanta conformidade ou “consenso” quanto for capaz, a partir de dentro e por meio dos seus próprios limites institucionalizados e legalmente sancionados.

Esperar da sociedade mercantilizada uma sanção ativa – ou mesmo mera tolerância – de um mandato que estimule as instituições de educação formal a abraçar plenamente a grande tarefa histórica do nosso tempo, ou seja, a tarefa de romper com a lógica do capital no interesse da sobrevivência humana, seria um milagre monumental.

É pro isso que, também no âmbito educacional, as soluções “não podem ser formais; elas devem ser essenciais”. Em outras palavras, elas devem abarcar a totalidade das práticas educacionais da sociedade estabelecida”.

Se assim for, para quem concebe e pratica a Educação engajada com transformações numa perspectiva anticapitalista e em prol da emancipação humana, certamente um dos grandes desafios consiste em como botar isso em prática; ou seja, realizar uma práxis pedagógica capaz de contribuir com os processos de superação da exploração do trabalho pelo capital.

E aí convém problematizar: É possível romper com a lógica do capital por dentro da educação escolar? Como fazer, com quais conteúdos, abordagens e metodologias? Do ponto de vista pedagógico, demanda concordância com determinado referencial teórico ou é possível praticar o ecletismo teórico-metodológico funcional?

Desafio para a galera militante e ou ativista: como transpor a retórica das lutas e greves para sala de aula, não como discurso partidário, mas como conteúdo e abordagem crítica?

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