Teoria Dialética do Conhecimento

Essa teoria concebe o conhecimento como resultado da ação do ser humano sobre a natureza para satisfazer suas necessidades materiais e espirituais. Essa ação do ser humano sempre produz novas necessidades e possibilidades e é primariamente mediada pelo trabalho, sendo o trabalho, estruturado e praticado através das relações sociais.

Tais relações sociais são determinadas pelo modo de produção da vida humana, ou seja, a forma social de controle dos meios de produção, materiais e culturais, que colocam em movimento as forças produtivas e a própria reprodução social.

Assim sendo, a construção do conhecimento resulta da prática social, o que o torna um fato histórico e social em contínuo processo de criação, reelaborações, transformações, rupturas e avanços. Esse processo é sempre concreto, ou seja, determinado no tempo e no espaço, plasmado por interesses e necessidades sociais de uma dada época histórica.

Essa dialética do conhecimento, enquanto fato histórico e social, tem as seguintes características gerais:

Em primeiro lugar, o conhecimento é prático. Antes de elevar-se ao nível teórico, todo conhecimento começa pela experiência, pela prática. Isso por que somente a prática põe o ser humano em contato com as realidades objetivas para atender necessidades e possibilidades.

Em segundo lugar, o conhecimento humano é social. É na interação da vida social que os seres humanos agem uns sobre os outros, permitindo ao indivíduo tomar consciência de si e do outro. Parte dessa consciência é construída pela transmissão de um imenso saber já adquirido, através da cultura e do ensino sistematizado.

Por fim, o conhecimento humano tem um caráter histórico. Isso significa que ele foi e é construído num processo de acumulação evolutiva e de transformações. A verdade não está feita previamente, a humanidade teve que partir da ignorância, seguindo um longo e difícil caminho, antes de chegar ao conhecimento.

Nesse processo de construção de conhecimentos e criações humanas, a teoria em foco, concebe o ser humano como um ser essencialmente prático e social, um sujeito de objetivações: ciência, filosofia, arte, ideologias, tecnologias, etc.

Exatamente por serem objetivadas é que as ideias passam a ter força material. Nesse sentido, o desenvolvimento humano pode ser considerado o desenvolvimento dos sistemas de objetivações humanas, sempre mediado pela estrutura das relações sociais. Sendo o trabalho a objetivação elementar e fundamental. Ao conjunto das objetivações humanas, que sempre resultam da interação dialética entre subjetivar e objetivar, dá-se o nome de PRÁXIS.

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